Na década de 1970, com o objetivo de “conquistar” a Amazônia e integrá-la ao resto do país, os militares planejaram uma obra monumental, a Rodovia Transamazônica ou BR-230. Tudo foi decidido rapidamente, depois que o então presidente, o general Emílio Garrastazu Médici, em visita ao Recife, em junho de 1970, se deparou com uma das piores secas da região. “Ele fez um discurso que considero como a ‘certidão de nascimento’ da rodovia, no qual prometeu ‘terras sem homens para homens sem terra’. Com a construção da Transamazônica, o general-presidente apontava uma mudança no regime, pois passaria a investir grandes recursos em obras de infraestrutura e propaganda”, destaca César Martins de Souza, historiador e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). Entre os fatores geopolíticos que motivaram a construção da rodovia há que se destacar a preocupação das Forças Armadas com a segurança nacional.
A Transamazônica, inaugurada em 27 de agosto de 1972, foi projetada para ter oito mil quilômetros, ligando as regiões Norte e Nordeste do Brasil com Peru e Equador. Mas, na verdade, está inacabada até hoje: foram construídos apenas 4.223 km, ligando a cidade de Cabedelo, Paraíba, à Lábrea, no Amazonas, passando por sete estados brasileiros: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.
Milhares de Famílias vivem as margens da Transamazônica, muitas das vezes confundidos com índios pelos povos do sul e sudeste providos de uma ignorância flagrancial de sua falta de conhecimento sobre o povo trabalhador que na Amazônia vive. A pavimentação de tal rodovia é de fundamental importância e indispensável a estas famílias e ao país, sendo esta região de riquezas incalculáveis, o que é suficiente para refutar todo e qualquer discurso contrário, sem conhecimento presencial da realidade dos povos que na Amazônia habita (inclusive às margens da Transamazônica), seres humanos que merecem respeito e precisam sim de políticas públicas eficazes que condicionem a melhoria da qualidade de vida.
O texto é parte de uma publicação da revista PRE.UNIVESP.BR e é uma producao textual de PATRICIA PIACENTINI em 13/01/2016, pode ser lido na íntegra é encontrado no endereço eletronico http://pre.univesp.br/edicoes