Criaram-se um sem número de definições para o termo Conservador, com a intenção de torná-lo relativo, superficial e até pejorativo. Hoje, este termo, depois de tanto ser demonizado, está sendo resgatado especialmente para definir viés político. Mas, embora a maioria dos políticos que se definem como conservador tenham boa intenção, ainda é muito pequeno, quase ínfimo o número de políticos e agentes ligados à política que reconhecem e assimilam o verdadeiro sentido do termo conservador como ele foi criado para ser. Conservador é quem se preocupa em conservar as leis eternas e transcendentes, os valores indissolúveis da existência humana, como o direito a vida, o direito natural, família, religião e etc..
O alargamento das liberdades provocado por muitas filosofias mal concebidas, bem como a expansão de conceitos que agradavam mais à natureza material do ser do que sua natureza mística transcendente, levaram gerações inteiras a se distanciar da verdade, para aprofundar-se em terrenos muito mais rasos, como é o caso do Nominalismo, por exemplo. O Nominalismo, que possui uma matriz advinda do Liberalismo (último artigo deste blog), é uma vertente filosófica inventada por um frade Franciscano chamado Guilherme de Ockham e que posteriormente, num período decadente, filosoficamente, da história, foi um pensamento dominador nas universidades mais famosas da Europa. Este período nada mais foi do que o período acadêmico de formação de Martinho Lutero. Martinho é um personagem importantíssimo para a história da humanidade porém, não por ter feito uma reforma religiosa ou qualquer outro intento mas, porque sua incursão revolucionária teria amplificado o desejo por revoluções ao longo dos séculos seguintes, desviando o andar natural das sociedades, de um senso de reforma natural, para um senso revolucionário que aniquilou com a vida de milhares de pessoas em genocídios e catástrofes humanitárias oriundas deste mesmo desejo. Lutero, que dezenas de vezes em seus Tischreden (escritos à partir de conversas à mesa) afirmou ser Ockhamista, formou boa parte de sua filosofia, a partir da natureza equivocada e da confusão que o Nominalismo criara naquele tempo.
Este período referido trata-se de meados do século XVI, um momento de crise intelectual, teológica e moral, em que a própria Igreja Católica lutava para encontrar-se em meio a uma sucessão de acontecimentos infortúnios ligados à Santa Sé, como o exílio de Avinhão, um cisma e a reconstrução de Roma pós exílio, entre outros. Anteriormente a este período, tivemos um dos mais brilhantes períodos da filosofia, com São Tomás de Aquino, na idade média. Porém, quando Lutero então frequenta a universidade, quase não haviam pensadores tomistas, ao contrário, quase todos os professores estão permeados pelo pensamento Ockhamista, nominalista, que numa linha geral assemelha-se ao que existe hoje, com o pensamento marxista dominando o meio educacional vastamente, impedindo que aconteça um debate entre correntes filosóficas variadas e distintas que poderia trazer luz à razão e maior ganho filosófico. Ou seja, imperava uma corrente filosófica estéril, como estéril sempre foi a reforma promovida por Lutero e que posteriormente ganhou uma cara mais arrumadinha, com os arranjos em sua teologia promovidos por sucessores do protestantismo no decorrer dos séculos.
A história, mais do que nunca, mostra como os erros vão se repetindo, e, assim como o povo da revelação errou pecando contra Deus muitas vezes, levado assim a punições severas como os intermináveis exílios, também o povo da Nova Aliança vem errando e pecando contra Deus, ao adotar um sem número de ideologias ao longo da história. Se o castigo de outrora eram os exílios, os destes tempos vem sendo o massacre imposto pelas ideologias genocidas.
Como diz Russel Kirk: “A continuidade da experiência de um povo oferece uma direção muito melhor para a política do que os planos abstratos dos filósofos de botequim”. Em outras palavras, não é possível haver continuidade com alardes de revolução ecoando em todos os setores, ainda mais naqueles que são intrínsecos à natureza humana como a mais recente de todas as revoluções, a atualíssima revolução de gênero. Deus nos livre e guarde.
Em Cristo entregue a proteção da Virgem Maria.
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