SER OU NÃO SER CANDIDATO?!?!

Eu, Marciano José Zanella, em Jacareacanga conhecido como Prof. Zanella, Casado, 3 filhos, 48 anos de idade, a cada dia mais tenho pensado a respeito das implicações de entrar para o campo político. 

Sempre tive esse viés presente em minha vida, apesar de não ter me envolvido tão diretamente com candidatura depois de passar a residir em Jacareacanga.

Vejamos alguns pontos de implicações em tal decisão:

1 – Uma das consequências imediatas de alguém que passa a se envolver com candidatura política, é o fato de ter sua vida atual, pregressa e futura tornada pública ao extremo. Neste caso, todos os que apoiam, vão buscar todos os pontos positivos, as qualidades, as virtudes e possibilidades favoráveis. Por outro lado, os “adversários” farão um inventário completo de teus pontos fracos, dos deslizes, por menor que sejam, e não há quem não cometa deslizes ao longo da vida, isso quando não inventam alguns no intuito de desqualificar a concorrência. 

Enfim, tornar-se um homem público significa abdicar de modo irreversível de qualquer privacidade.

2 – Há um conceito presente nas pessoas de modo geral de maximização de tudo o que um político faz. Principalmente no contato direto. Se cumprimentar, não fez mais que a obrigação. Se não cumprimentar, é mal educado. Se ajudar, tá comprando. Se não ajudar, é muquirana, é insensível, entre outros… 

3 – Basta a pessoa ascender a qualquer cargo político que um número bem significativo de pessoas sentem-se no direito de requerer vantagens principalmente de ordem financeira, de modo que o político normalmente não consegue ser dono de seu próprio salário. Quando disser que não a um desses pedintes, a primeira frase é: “Tu ainda vais pedir meu voto…” como se o voto fosse para barganhar pequenos favores; Ou então joga na cara: “votei e agora é isto que a gente recebe em troca”; votar é escolher a melhor opção para gerir as verbas públicas e fazer delas o melhor proveito em favor de todos e não de um indivíduo ou de um grupo.

4 – Hoje, a Classe Política, é uma classe que conta com os índices mais baixos de credibilidade. Devido aos inúmeros escândalos de corrupção recentes a nível nacional, bem como à forma como muitos políticos chegam e conduzem suas ações em Estados e Municípios. Adentrar neste mundo da Política significa receber a pecha de corrupto, e ter que desenvolver uma verdadeira batalha para não cair nas tais tentações do dinheiro fácil que rola nesse meio.

Se já passei por situações assim?

Diretamente não. Mas já convivi o suficiente com pessoas nessas condições e pude testemunhar muito neste sentido. Desde o tempo em que fui Candidato a Vereador em Rodeio Bonito/RS no ano de 1996. Nos 4 anos seguintes trabalhando no erário público do mesmo município. Outra experiência muito grande foi enquanto assessor de Deputado Estadual no período eleitoral de 2002 no Rio Grande do Sul, que me valeu como uma faculdade em se tratando de como funcionam os meandros políticos.

No entanto, sabendo de todas essas questões negativas de se tornar um político, a pergunta que não quer calar é: VALE A PENA SER POLÍTICO?!?!

E todas as vezes que me faço a pergunta, sempre me vem à mente uma das frases mais pronunciada por meu Pai, seu Pedro Zanella, quando fez o Curso: “Escola Cristã de Formação Política”, pela Universidade de Passo Fundo, que dizia: “Enquanto as pessoas de caráter, de boa conduta e de boas práticas não ingressarem na política, restará as vagas em aberto para para as pessoas de má índole, sem escrúpulos adentraram nestes cargos públicos”.

Quando pessoas dessa índole assumem tais cargos, já se sabe como serão os procedimentos dentro do processo administrativo.

Apesar de que, muitas pessoas que ingressam no mundo da política até são de boa índole, são bem intencionadas, mas, para conseguir chegar lá, fazem acordos diversos e variados, que depois de estar lá precisam ser cumpridos, e para tal, somente utilizando-se de atos nada republicanos, ou ilícitos mesmos. E depois que começa, vira uma bola de neve, que quanto mais rola, mais aumenta. Estamos fartos de ver casos assim.

Por isso, a intenção é ser candidato a Deputado Estadual no próximo pleito eleitoral, E sendo assim, serão aceita todos os apoios necessários desde que não comprometam o desempenho ao ponto de ter que agir na ilicitude. A compensação de um político eleito para com seus apoiadores, deve ser em trabalho, seriedade, comprometimento com desenvolvimento local e Regional, com base nos preceitos morais, éticos e legais.

Para que um deputado eleito possa ter êxito neste sentido, não pode estar amarrado e comprometido a ressarcir seus investidores de campanha com dinheiro público. E é assim que pretendo conduzir minha campanha. Afinal, é preferível não chegar ao cargo, do que chegar e não poder fazer aquilo que realmente é necessário.

Dito tudo isto, fica claro, que sou totalmente sabedor de todas as implicações positivas e negativas de adentrar no mundo político. No entanto, me sinto impelido a aceitar esse desafio e colocar o nome para a apreciação do Povo de Jacareacanga, da Região do Alto Tapajós e BR 163, nas próximas eleições.

Se for desejo do povo buscar algo melhor para o município, para a região e para o estado, estaremos às ordens. No entanto, não contem com compra de votos, com barganhas, pois como eu disse acima, quando começa assim na campanha, durante o mandato não será diferente. 

Sei que haverá quem pense que isso seja utopia, sei que haverá quem pense que seja ingenuidade, mas posso afirmar que não é. Pelo contrário, é apenas vontade de fazer diferente e essa é a condição!

Se for para ser igual ao que se vê por aí, prefiro nem chegar! 

Se for pra chegar, tem que ser para fazer diferente!

Isso só é possível através do voto consciente!!!